Fim

setembro 17, 2020



Tenho a mais absoluta certeza de que você conhece Fernanda Torres das telinhas e telonas, não é mesmo? Em seu romance de estreia, escrito em 2013, ela nos presenteia a história de cinco amigos que, assim como muitos de nós, se recordam de momentos e passagens de suas vidas. 


Com Fim, seu primeiro romance, ela consolida sua transição para o universo das letras e mostra que nesse âmbito é uma artista tão completa quanto no palco ou diante das câmeras.
    O livro focaliza a história de um grupo de cinco amigos cariocas. Eles rememoram as passagens marcantes de suas vidas: arrependimentos, casamentos, festas, inibições, manias e separações. Álvaro vive sozinho, passa o tempo de médico em médico e não suporta a ex-mulher. Sílvio é um junkie que não larga os excessos de drogas e sexo nem na velhice. Ribeiro é um rato de praia atlético que ganhou uma sobrevida sexual com o viagra. Neto é o careta da turma, marido fiel até os últimos dias. E Ciro, o Don Juan invejado por todos, mas o primeiro a morrer, abatido por um câncer. São figuras muito diferentes, mas que partilham não apenas o fato de estar no extremo da vida, como também a limitação de horizontes.


Apesar de se tratar de um romance, eu acho que fiz essa leitura mais num ritmo de crônicas do que deveria! Não sei se a temática colaborou um pouco também para esse meu caminho de percepção da leitura, pois apesar de ser um romance, não há romantização alguma sobre aquilo que os personagens estão vivendo e escarando: a vida como ela deve ser e suas consequências tão temidas por muitos, envelhecer e morrer. 

Cada personagem tem sua própria história e em seus capítulos as passagens tem a narrativa em primeira pessoa, porém na minha opinião, faltou uma liga maior para dar continuidade a toda a história, para que mesmo com sua independência, as histórias tivessem uma interdependência. Senti falta de mais conectividade, talvez por isso, ao meu ver eu tenha sentido um ritmo mais puxado para uma coletânea de crônicas do que um romance propriamente dito.

É curioso saber o quanto envelhecer e morrer, fazem parte da tragicomédia que é - e deve ser - a vida, e foi dessa forma que a autora trabalhou a narrativa e o tema. De todo modo, me faltou empatia pelas situações e personagens. Não foi uma leitura extremamente marcante para mim, mas essa é minha opinião pessoal com relação à história, Fernanda sem dúvidas tem dom para manusear palavras, porém, se me permitisse uma opinião, arrisco em dizer que seria melhor cronista do que romancista. 



 

Nenhum comentário:

Tecnologia do Blogger.